O lado oculto da lua guarda um grande mistério. Pesquisadores identificaram abaixo de sua superfície uma imensa anomalia de massa, o que gerou algumas das especulações e teorias mais ousadas. Mas será que isso significa que existe uma base secreta de uma civilização extraterrestre escondida ali? Ou será que essa estrutura enigmática pode ser explicada de maneira mais plausível? Nossa observação do nosso satélite natural é limitada. Por mais que tentemos, é impossível enxergar seu lado oposto a partir da Terra. Isso ocorre porque a lua possui rotação sincronizada, o que faz com que sempre exiba a mesma face para nós. Mas por que isso acontece? Segundo especialistas, nem sempre foi assim. No início de sua existência, a Lua girava em alta velocidade, mas a força gravitacional da Terra reduziu sua rotação até que seu período de rotação se igualasse ao tempo necessário para completar uma órbita. Durante milênios, a humanidade só pôde especular sobre o que existia no lado oculto da lua. Hoje, porém, avanços tecnológicos permitem estudá-lo detalhadamente. Esse lado, erroneamente chamado de face escura, não é realmente escuro. Os cientistas já sabiam disso muito antes da missão chinesa Chang 4 pousar lá, em janeiro de 2019. Na realidade, essa região passa pelas mesmas fases lunares que a face visível, porém em ordem invertida. Contudo, as duas metades da lua apresentam diferenças notáveis. Essa distinção foi percebida pela primeira vez em 1959, quando a sonda soviética Luna 3 transmitiu imagens do lado oculto, completando nossa visão do satélite. A principal disparidade está nas Maria, que são planícies escuras formadas por lava solidificada. Enquanto essas formações cobrem quase 1/ç face visível da lua, são muito mais escassas no lado oposto. Além disso, a parte oculta contém menos montanhas e fendas. A descoberta mais intrigante, no entanto, é uma enorme anomalia de massa situada sob o polo sul lunar. O pesquisador Peter B. James da Universidade Bayor, no Texas, descreveu essa descoberta com a seguinte analogia. Imagine um bloco metálico cinco vezes maior que a ilha principal do Havaí, enterrado sob a superfície. Foi exatamente isso que encontramos. Esse comentário pode despertar a imaginação e levar alguns a especular sobre uma nave alienígena ou uma base subterrânea, mas a explicação pode ser bem mais racional. O ponto chave para compreender essa anomalia está na localização onde foi encontrada a bacia do polo Sul Etiken, o maior e mais antigo impacto de asteroide do sistema solar. Esse evento ocorreu há aproximadamente 4 bilhões 300 milhões de anos, mas ainda há debates sobre os detalhes do impacto. Para compreender melhor essa formação, a equipe de Peter James analisou informações coletadas pelas sondas G, R A I A I L Gravity Recovery and Interior Laboratory lançadas em 2011 para mapear o campo gravitacional lunar. Esses dados foram combinados com imagens do lunar recones Orbiter, que desde 2009 fotografa a superfície da Lua em alta resolução. O resultado revelou a presença de uma imensa massa subterrânea com mais de dois quintilhões e 180 quadrilhões de toneladas, estendendo-se por 200 km de profundidade. Mas afinal, do que pode ser composta essa misteriosa massa? Ainda não há uma resposta definitiva, mas algumas hipóteses são consideradas. Uma delas sugere que o núcleo metálico do asteroide, que formou a bacia do polo suliten, pode ainda estar incrustado no manto lunar. Simulações computacionais indicam que ao atingir a lua, um núcleo de ferro e níquel poderia ter penetrado profundamente na crosta, sem necessariamente alcançar o centro do satélite. Além disso, o peso dessa estrutura metálica poderia ter causado uma depressão na superfície lunar. Outra possibilidade é que essa anomalia seja uma grande concentração de óxidos densos formados durante o resfriamento e solidificação do oceano de magma lunar. Os cientistas também podem ter resolvido outro grande enigma da lua, por suas duas faces são tão diferentes? Pesquisas recentes indicam que a crosta do lado oculto é significativamente mais espessa do que a da face visível. Além disso, o lado voltado para a Terra contém altos níveis de elementos radioativos, como tório, potássio e fósforo. Mas como essas diferenças surgiram? Uma das explicações sugere que a força gravitacional da Terra pode ter influenciado essa variação. Outra teoria mais convincente está relacionada ao impacto que originou a bacia do polo suliten. O geofísico Matt Jones da Universidade Brown e sua equipe estudaram como o calor gerado pela colisão pode ter afetado a lua. Suas simulações indicam que esse impacto produziu uma onda térmica que atravessou o interior lunar e chegou ao lado oposto, modificando sua composição. Esse calor intenso teria transportado magma rico em titânio para a face voltada para a Terra, contribuindo para a formação das extensas planícies vulcânicas que observamos atualmente. O impacto pode até ter sido o evento que deu início ao vulcanismo lunar. Os primeiros sinais de atividade vulcânica surgiram aproximadamente 200 milhões de anos após o impacto, atingindo seu auge entre 300 e 500 milhões de anos depois. Assim como um surfista deslizando sobre uma onda, os materiais derretidos podem ter fluído para a face visível da lua, enriquecendo sua crosta com elementos radioativos e moldando sua geologia ao longo do tempo. Essas descobertas reforçam a teoria de que o gigantesco impacto no polo sul lunar e a composição distinta da face voltada para a Terra estão diretamente interligados. Finalmente, os cientistas podem ter solucionado um dos maiores mistérios do nosso satélite natural. E é isso aí, pessoal. Espero que tenham gostado deste conteúdo e se esse vídeo foi interessante para você, não se esqueça de deixar o like e se inscrever no canal. Isso nos ajuda muito a continuar trazendo mais vídeos como este. Ative o sininho para não perder nenhuma novidade. E claro, deixe seu comentário aqui embaixo. Sua opinião é super importante para nós. Obrigado por assistir e até o próximo vídeo. Что?