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Crônicas Exusíacas E Estilhaços Pelintras

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não há como evitar o programa de hoje será extremamente carioca e não é porque estamos gravando na capital Fluminense mas porque o Rio de Janeiro volta e meia na literatura ele sai do papel de cenário para protagonista da história e quem traz as histórias do Rio de Janeiro esse espírito tão carioca é luí Antônio Simas um tradutor da alma do Rio de Janeiro da carioquice e eu queria te perguntar começar te perguntando a sua própria relação com a cidade do Rio de Janeiro e a sua escrita você não compra e não vende a ideia de um rio ah desse Rio estereotipado da cidade maravilhosa mas também num extremo oposto também não compra e não vende a ideia da cidade violenta da cidade ah extremamente favelizadas bom heliana é um prazer est conversando com você Olha eu vou te dizer que o meu Rio de Janeiro eu acho que é o Rio de Janeiro das pessoas comuns né porque se a gente observa construção até no campo do simbólico do Imaginário do que seria o Rio de Janeiro você opera sempre muito em dois extremos ou é aquela cidade maravilhosa aquele cartão postal né aquela cidade da zona sul das praias como se todo carioca frequentasse praia eh comesse biscoito na praia tomasse mate usasse sandália de dedo aquela coisa toda eh Então essa cidade esse certo mito do Carioca maneiro né do Carioca afável e tal eu acho muito complicado ao mesmo tempo tempo existe o outro extremo que é considerar o Rio de Janeiro uma sucursal do Inferno da terra né uma é inviável você ter uma vida no Rio de Janeiro porque o Rio de Janeiro é uma sucursal do inferno agora o meu Rio de Janeiro é um Rio de Janeiro que nem é essa maravilha para turista e nem é ao mesmo tempo uma cidade inviável em que você se sai na rua corre o risco de morrer o meu Rio de Janeiro é aquele que é cotidianamente vivenciado pelas pessoas comuns então é um Rio de Janeiro que tá vivendo nas esquinas é um Rio de Janeiro que tá dentro dos botiquin é um Rio de Janeiro predominantemente ligado à zona norte porque eu vivo na zona norte Eu tenho um contato maior com a zona norte então fugindo disso né nem o rio Espetacular das grandes paisagens e nem aquele rio inviável né da cidade que enfim faliu entrou em colapso é o Rio das pessoas que que cotidianamente constróem a cidade curiosamente eu acho que você entrou num tema que outros autores e autoras trouxeram aqui que é a questão da centralidade da Periferia do interior ou seja eh da territorialidade Você é filho de pessoas que não nasceram no Rio de Janeiro né seu pai se eu não me engano é é do Sul Meu Pai é de Santa Catarina e minha mãe é de Pernambuco de Pernambuco então Ou seja é uma mistura muito interessante de Brasil como você vê isso o escritor Luiz Antônio Simas é curioso porque eu sou o primeiro carioca né Eu não só não sou de uma família Carioca como inaugurei o ramo a primeira geração do Carioca ramo carioca da família a minha família O meu pai é de Santa Catarina Mas o meu pai saiu de lá muito cedo e veio pro Rio de Janeiro né foi passou por São Paulo veio pro Rio de Janeiro solitariamente porque meu pai ele trabalhava eh como cabeleireiro e barbeiro e veio pro Rio de Janeiro e a minha família eh mais efetiva maior é de Alagoas e Pernambuco meus pais se conheceram inclusive numa situação inusitada o meu pai trabalhava numa barbearia em Copacabana e a minha mãe era balconista de uma loja em frente à barbearia e aí começaram a flertar E no fim das contas né nasci eu desse flirt então eu fui criado no Rio de Janeiro mas muito marcado pela cultura nordestina minha avó de Porto Calvo das Alagoas minha minha mãe do Recife meu avô do Recife então era uma casa muito nordestina que foi se Acari cando de certa forma mas sem perder essa característica nordestina muito forte então é um Rio de Janeiro que de certa maneira ele é muito Encruzilhada por experiências diversas de Brasil né então o que me marca é isso eu eu cresci no Rio de Janeiro que não é exatamente aquele rio do sotaque do Carioca maneiro não é exatamente o do Rio da praia é aquele Rin que uma vez perguntaram pro Cartola né cartola e a praia aí o cartola Não não vou não vou Sou carioca quer dizer e a gente fica pensando você imagina o cartola na praia realmente é difícil imaginar Então o meu Rio de Janeiro é esse digamos muito Encruzilhada por experiências as mais diversas que pararam aqui né Isso é muito bacana muito interessante e também sempre atribuem ao Rio de Janeiro a questão do Samba da música é a pedra doal é a tia cata do Samba e carnaval é algo essencial na tua vida você é uma pessoa do carnaval mas não é a pessoa estereotipada do carnaval e a figura clássica do sambista como é isso também eu sempre falo uma coisa que é muito sincera eu gosto muito de samba Eu amo samba eu escrevi sobre samba mas eu não me defino como sambista sim porque eu acho que ser sambista é um outro babado é porque o samba para mim se você me pede para definir o que que é o samba acho que o samba é um sistema de organização da vida né que é muito sério então dentro do Samba você tem elementos que são musicais e coreográficos evidente a dança a música mas você tem maneiras de experimentar o mundo né que são ligadas à espiritualidade aos afetos às maneiras como você celebra a vida como você lamenta a morte louva seus ancestrais o samba do Rio de Janeiro ele é uma cultura afr diaspórica então eu costumo dizer o seguinte Olha eu gosto do Samba eu escuto samba eu faço samba escrevo sobre o samba mas existe uma dimensão que é ligada à transcendência do Samba que eu não tenho então eu prefiro dizer que eu não sou sambista nesse sentido né e o carnaval foi muito presente na minha família porque a turma que veio do Recife já trazia a expectativa do carnaval e a turma do Rio de Janeiro chegando no Rio Rio de Janeiro se ligou muito a carnaval então meu tio se envolveu com bloco carnavalesco canário das Laranjeiras leão de nov Guaçu E aí acabou tendo Alien escola de samba então eu eu vivenciei muito só para você ter uma ideia na minha vida inteira eu só passei um Carnaval fora do Rio de Janeiro por conta de questão familiar por conta de uma separação de pais aí os pais separam tem aquela coisa agora vai passar o carnaval com o pai e aquele negócio todo e o meu pai nos levou para passar o carnaval num sítio na Serra da mantique que foi uma experiência horrível falo com ele até hoje estendo aqui o que eu estou fazendo aqui então de certa forma eh eu gosto muito de um rio de janeiro festeiro né e o carnaval sempre teve presente na minha vida por causa da minha família desde a infância o samba também e você compõe muito né você escreve muitas crônicas aliás vamos falar também sobre isso né que a crônica é o é o teu você até passeou em outros gêneros mas a crônica é algo muito forte para você eu acho é uma crônica que é meio é uma crônica que começou meio misturada um ensaio histórico e tal Porque a crônica é um gênero muito carioca né aquela coisa do Machado de Assis dizer que a crônica surge quando duas vizinhas começam a conversar uma diz que tá calor se a outra responder começou a crônica então a crônica como essa essa experiência que tenta falar um pouquinho do cotidiano daquilo que é quase corriqueiro trivial ou então personagens mesmo do cotidiano a crônica é um gênero que para mim ela passa longe do espetacular né e eu tenho muita dificuldade eu nunca tentei por exemplo a ficção talvez por conta da minha formação em história eu fico um pouco digamos preso para usar a ficção e não tenho a menor intenção de escrever ficção então eu gosto muito de transitar entre a crônica e a memória Urbana tem alguns livros que são mais de trabalho histórico mais pesado um livro sobre o Maracanã um livro sobre a umbanda que aí é outro papo é um papo mais ligado mesmo ao exercício da função do Historiador mas a minha literatura mais carioca ela é uma literatura que que circula entre a crônica e a memória urbana da cidade né e a música Entra Nisso porque antes de escrever eu tocava cavaquinho né tenho mais de 40 músicas gravadas aí por uma turma boa e tal eh Maria Rita Fabiana cosa Marcelo D2 um pessoal que gravou música m eh mas eu acho que as coisas acabam se encontrando né nessa Encruzilhada carioca dessas experiências da rua agora sem dúvida nenhuma se você pergunta se eu tiver que me definir eh do ponto de vista da literatura eu moro naquela Encruzilhada em que a crônica e a memória se encontra sim Você trouxe o Machado de Assis e a gente tem um um Rio de Janeiro do Séc sé que tinha aquela figura da do flaner daquela pessoa que passeava e tal e que via e por outro lado a gente tem o malandro que é o cara das ruas quem é você entre esses personagens ó Definitivamente eu não sou o malandro porque e eu não vou nem entrar naquele mérito que o Bezerra da Silva dizia o cara quando vira para mim e diz que é malandro já fico desconfiado Eu definitivamente Não Sou malandro Eu acho que eu sou mais um suito que tá na rua porque eu conheci aí tem uma questão particular né Eu sou um sujeito muito eu escrevo muito pelas minhas experiências particulares eh e o que acontece na minha vida é que eu não tive uma fixidez no Rio de Janeiro que que eu quero dizer com ausência dessa fixidez os meus pais separaram eh Então eu fui criado pelos meus avós e a casa da minha família dos meus avós era em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense no Jardim Nova Era a minha avó era mãe de Santo tinha um terreiro lá e tal crescia ali ao mesmo tempo a minha avó tinha uma pensão na rua Piero Machado número 65 Laranjeiras não era pensão de dormir era pensão de fornecer comida para uma firma de engenharia para funcionário do Palácio Guanabara então ficava em Laranjeiras uma relação fortíssima com Laranjeiras Nova Iguaçu e meus pais separados minha mãe morou em Vila Valqueire então acabava indo pra Vila Valqueire morou no Irajá acabava indo para Irajá meu pai meu pai fo mor meu pai foi morar no Jardim Clarice em jacaré Paguá mora ainda hoje em jacaré Paguá ali pertinho do Rio das Pedras mora ali naquela região da buema tá morora mais de 30 anos ali viu a comunidade do Rio das Pedras surgir então de certa maneira o meu Rio de Janeiro é o Rio de Janeiro do passeador né Isso é bacana porque eu acho que fala com a tua função de historiador você se definir como alguém que estuda as ruas que estuda o povo né Eu já vi assim postes internet muito engraçado seus falando gente não me eu sou Historiador Não me pergunte sobre o o Irã Não me pergunte sobre Israel Não me pergunte eu sou um sujeito que escrevo sobre o Rio de Janeiro sobre a experiência das ruas do Rio de Janeiro eh uma experiência que é muito Urbana né Eu sou um sujeito Urbano então não tem como eu fingir que eu sou um sujeito que reflete encontra a natureza sou um sujeito que nascia absoluto caos que a gente sabe que é humanidade no Rio de Janeiro e que trabalho como Historiador desde a faculdade quando eu me apaixonei eh pelos estudos a respeito da revolta da vacina da cidade não sei qu eu estudo basicamente o Rio e essas experiências cotidianas do Rio de Janeiro Historiador das miudezas cariocas a gente já volta já para continuar esse papo com o historiador das miudezas cariocas e você fica cond dando a letra o livro que eu vou indicar hoje é o reticências da solan te ouro uma autora brasileira da Baixada Santista que escreveu essa comédia romântica que começa de um jeito muito curioso e termina de forma surpreendente O livro conta a história de dois personagens que se conhecem pela internet e suas interações vão resultar ali num encontro muito interessante esse aqui é um livro curtinho com uma pegada muito jovem e com uma linguagem super atual que vai trabalhar de uma forma muito inteligente relações de trabalho e relacionamentos virtuais esta aqui é uma história muito reconfortante gostosa de ler que vai tocar também em alguns temas sensíveis mas que ao mesmo tempo vai te abraçar e te deixar feliz pela leitura Voltamos ao trilha de letras com a conversa com a Luís Antônio Simas e agora vamos falar sobre este livro que é o crônicas exusia e estilhaços pintas Fala um pouquinho dele esse crônicas exusia acas eu acho até um livro meio morado ele se fundamenta no seguinte quem são esses personagens cotidianos das ruas do Rio de Janeiro né como é que você vai construindo estratégias de sobrevivência numa cidade em que o perrengue é grande é pesado né Que que é isso quem são e o eixos icas no sentido mesmo do movimento que é trazido por Exu né que é o o grande Senhor da movimenta o grande Senhor do esperar o inesperado do improviso e o estilhaços pintas é que no meio das Crônicas eu coloco seu Zé lintra aparecendo para lançar as suas pílulas cariocas e tal em cima de uma experiência que eu tive em terreiro mesmo por conta da entidade Z lintra aquela coisa toda então o livro fala de personagens ele fala por exemplo de personagens como Jaiminho alça de caixão que era um sujeito conhecido no no Rio de Janeiro inteiro porque ele era o frequentador oficial de enterros na cidade tinha enterro Jaiminho né Tava aparecendo compungido ao lado do defunto ele era o sujeito que entrava em tudo quanto era programa ao vivo de televisão não se sabe como ele descobria aparec ele compungido foi a mais de 1 1300 inteiros e a cidade o apelidou de Jaiminho alça de caixão né você imagina para ele dar o cara de alça de caixão tem um personagem pai de santo de Jalma de Lalu que trabalhava com um erê pinglin de Exu que sempre dava para ele um palpite para jogar num milhar do Jogo do Bicho né Tem um personagem que marcou muito a minha infância me assombrou que era um médium de Cavalcante suburbio do Rio de Janeiro Lorival de Freitas que incorporava o Espírito do Nero o Imperador Romano sim e fazia operações né E aí eu descobri conversando com as pessoas e pesquisando em jornal que ele chegou a a tomar o Whisky com o Tom Jobim e não era o médium era o Nero Então você imagina o Tom Jobim tomando isk com o Espírito do Nero e tal e aí o Nero dizendo que as encarnações de quem viveu no Império Romano Eles foram pro subu do Rio de Janeiro e aí perguntaram numa ocasião Mas madureira Madureira é o pessoal de Constantinopla quer dizer são personagens do cotidiano da cidade e que operam Numa Margem que nem é a margem da cidade maravilhosa nem é aquela margem da cidade demonizada por ser uma sucursal do inferno que a gente tá falando né como é que você vai tecendo cotidianamente modos de vida sim e esse essa tessitura cotidiana dos modos de vida né eu fico observando que de um tempo para cá e e eu acho um pouco é muito corajoso você trazer Exu no título do livro porque a gente viu todo um processo de demonização dessas entidades das religiões um processo de intolerância muito grande e e resgatar isso na literatura é algo muito interessante Então eu queria que você falasse um pouco da tua religiosidade a tua conexão com essa religiosidade e esse momento esse momento digamos tão pouco comum pra história do Rio de Janeiro eu acho que é uma coisa muito curiosa porque como eu te disse é uma experiência familiar a minha avó branca como eu quando ela era muito nova 16 17 anos ela acabou se iniciando no Xangô Pernambucano né ela fez raspou o santo dela era de uma família que não era do Candomblé mas era Espírita O Espírita kardecista que via com preconceito mas não demoniza a ponto de dizer que aquilo era inviável e a minha avó através do Convívio com amigas e tal se iniciou uma mãe de santo de Pernambuco mãe zfa dos olhos de louça veio pro Rio de Janeiro e plantou o achea como a gente chama né da casa dela de xanga Pernambucano na Rua Castor no Jardim Nova érea em Nova Iguaçu eh e no Rio de Janeiro de certa maneira eh A Experiência Religiosa da minha avó foi Encruzilhada pelas macumbas cariocas então a minha mãe carnal acabou se iniciando no Rio de Janeiro por exemplo por um pai de santo do Pará radicado no rio chamado Santo que traz a encantaria tinha Umbanda carioca então eu cresci Numa família eu sou uma eu fui uma criança de terreno né de experiência semanal em terreno porque eu morava com a minha avó e o terreno era ela que comandava então o que que acontecia eu cresci Encruzilhada por experiências religiosas muito diversas Então acho que perdemos eu acho que perdemos eu acho que de certa maneira a gente tem um dado objetivo que é um avanço bastante significativo das religiosidades eh Pentecostais sobretudo a partir da década de 80 e várias dessas designações não todas evidentemente né algumas você tem a chance de estabelecer um diálogo que eu acho necessário mas elas começaram a operar no próprio mercado religioso em cima da tentativa de conquistar fiéis a partir da demonização das religiosidades não brancas que para mim opera num campo que eu chamo de racismo religioso né Eh e foi um processo muito vertiginoso isso que aconteceu e Acho até que é um debate que a gente tem que fazer porque a nossa luta nem é exatamente por tolerância religios porque você dizer que quer ser tolerado é chato também eu quero que você me tolere não é você me tolerar mas eu acho que isso passa muito por uma questão que é importante e que eu reparo inclusive no meu lugar que é o lugar de um branco nessa circunstância que é o seguinte eh o próprio Branco a gente né tô vestindo essa carapuça Eu talvez tenho uma consciência um pouco mais crítica porque cresci numa numa numa família de santo mas a gente também corre o sério risco o tempo todo de se aproximar desses saberes de uma forma excessivamente pitoresca e folclorização uma benevolência eu te permito que você esteja aqui eu permito e o mesmo tempo e e e às vezes eu vejo que não é exatamente maldade não mas aquela tentativa de você se aproximar até genuinamente de uma forma afetuosa mas existe uma barreira ali que é aquela barreira da da da simpatia pitoresca que é muito perigosa a a a barreira é você chegar ao ponto de entender que mais do que um mergulho que você quer dar na diversidade etc você tá mergulhando num complexo extremamente sofisticado de saberes é um complexo extremamente sofisticado que é é ligado às tecnologias de vida das Comunidades afro carari afro-brasileiras de uma forma geral né então eu acho que eu discuto de certa maneira isso no meu livro Porque é necessário esse enfrentamento não tem mas você tá H há 30 anos na sala de aula né você é professor do ensino médio do do Ou seja você lida com a juventude Você acha que a literatura tem algum papel que possa ajudar a reverter esse papel como você vê a juventude recebendo esse conteúdo hoje te dizer eu vou te dizer uma coisa que é meio chocante eu trabalhei na educação e trabalho com os públicos os mais diversos então trabalhei em escolas privadas que trabalho em que numa turma de 30 se você vê dois três alunos alunas negras é muito e trabalhei por exemplo em escolas eh ligadas ao ensino público ou superior privado em que é o inverso se você encontra quatro alunos brancos é muito e é curioso Porque em relação ao aluno negro a aluna Negra eu acho que o trabalho da educação é um trabalho que Visa falar muito de autoestima porque a minha área é ligada a história você imagina eu ter que ensinar para uma turma que quem produziu história foi o ocidente europeu né quem produziu arte foi o renascimento é claro que você tem que falar do renascimento para as pessoas mas se você só fala do renascimento europeu aquela aluna Negra aquele aluno negro eles vão pensar injetar a seguinte ideia Pô então o o o povo de onde eu vim os meus antepassados nunca produziram arte porque não falam nada comigo sobre isso então é complicado porque você tem que trabalhar nessa autoestima e com o aluno branco é uma coisa muito curiosa Você tem que trabalhar pedagogicamente para desconstruir uma coisa que eu como branco sei que é um drama que é o complexo de superioridade porque o branco ele naturalmente eu me senti assim ele Naturalmente acha que ele é o ser humano normal o padrão né o padrão é ser branco né o garoto branco o garoto branco nunca vai o garoto branco como eu o garoto branco não vai com 10 12 anos de idade olhar a cor da pele dele e dizer por que que eu sou branco não vai ele vai achar que é normalidade o que vai ser estranho para ele é que algumas pessoas pessoas não são brancas e a literatura tem um papel importantíssimo sobre isso a impressão que eu tenho eu vou para 30 anos de sala de aula por incrível que pareça é que melhorou porque esse tipo de coisa quando eu comecei nem se discutia você ter por exemplo uma produção da Literatura Infantil por autoras negras você escreveu pra criança sabe disso autoras negras autores negros acessíveis e tal é crucial é crucial isso é absolutamente fundamental então Simas se é crucial extremamente fundamental por favor leia um trecho minha relação com o Rio de Janeiro não é celebratório ela é moldada no espanto que parte de uma constatação a cidade em meio ao cenário deslumbrante foi forjada na espoliação dos habitantes originais na violência da escravização nos projetos higienistas das elites contra pretos e pobres ao mesmo tempo nas frestas dos projetos de Aniquilação e morte foram reconstruídos modos de vida e redes de sociabilidades deglutidas e regurgitadas referências diversas reenc Os territórios Inter terreros às margens contra as instâncias do poder ou negociando com elas tem uma coisinha que eu digo nesse livro e que numa certa ocasião viraram para seu Zé Pelintra e Perguntaram para Por que que ele que veio do catimbo só trabalhava descalço começou a baixar no Rio de Janeiro usando sapato e Zé pilitra vira-se diz eu coloquei o sapato porque eu quero continuar descalço muito obrigada por você ter vindo ao trilha de letras ficaria obviamente com você muito mais mas você voltará pessoal trilha chega ao fim muito obrigada pela audiência boa semana Leiam bastante e não esqueçam trilha o caminho da literatura passa aqui na TV Brasil l

O programa #TrilhaDeLetras recebe o historiador, escritor e compositor Luiz Antônio Simas. Em conversa com a apresentadora Eliana Alves Cruz, ele revela como o filho de uma pernambucana com um catarinense veio a se tornar um completo apaixonado pelo #Rio de Janeiro, suas histórias e sua gente, de tal forma que se tornou um dos principais #cronistas da cidade, que já encantou escritores com João do Rio.nnSimas também fala sobre seu livro, “Crônicas exusíacas e estilhaços pelintras”, que mostra não o Rio das novelas, das praias e dos turistas, nem o Rio dos telejornais policiais, onde tudo é violência e tráfico, mas uma cidade cujo tecido social é bordado de personagens singulares, desconhecidos e inesquecíveis, onde há sempre um boteco, um despacho, uma banca de jogo do bicho e uma roda de samba por perto.nnInscreva-se no canal da TV Brasil no Youtube: https://www.youtube.com/@tvbrasil?sub_confirmation=1

Ficha Técnica e Modo de uso:


Inédito de Luiz Antonio Simas, o historiador que é referência sobre cultura popular brasileira.
Crônicas exusíacas e estilhaços pelintras reúne registros de assombro e alumbramento sobre a cultura e a gente brasileira.
Tocado por Exu - orixá mensageiro, senhor das encruzilhadas e de seu Zé Pelintra - protetor do povo das ruas, o historiador Luiz Antonio Simas compartilha visões e táticas fresteiras contra a mortandade produzida pelo desencanto do mundo.
Nos 77 textos que compõem o livro, passeiam personagens vivíssimos - deste ou de outros mundos, como Jaiminho Alça de Caixão, o "inventor" da profissão de papagaio de pirata, o maestro Tom Jobim tomando uísque com o imperador Nero incorporado em um médium, e a descida da entidade Nelson Rodrigues na Penha Circular.
Aparecem também temas como a violência do capital sobre corpos, culturas e territórios, a força do encanto, o samba e o jogo do bicho.
Para o pedagogo e escritor Luiz Rufino, que assina o texto de orelha, ""Nos pontos riscados por Luiz Antonio Simas - professor amigo da rua, as sabedorias praticadas no trivial enredam histórias confiadas com graça, afeto, cisma e firmeza, que honram as memórias plantadas nos quatros cantos da sua aldeia.



Como quem comprou avalia este produto


April 28 2025

5
  elainefrancisco2600


Maravilha, essas duas pessoas maravilhosa! Adoro os livros do Simas e sou tiete da Eliane. Que conversa linda! Axé!

April 28 2025

3
  augustusevero8814


Show!!

April 28 2025

4
  edenmoraescosta9148


Adorei o programa! Parabéns ao entrevistado e à Eliana Alves Cruz.

April 28 2025

5
  heloisamascarenhasleonardo2867


Amei a entrevista! A questão da simpatia da branquitude me chamou atenção, mas amei conhecer o Simas. Vou atrás dos livros dele. Maravilhoso! E a Eliane é única! Grande entrevistadora!

April 28 2025

4
  ligiamoraes8511


Luis Antonio Simas ❤️

April 28 2025

4
  ricardodemattos8490


Excelente!

April 28 2025

4
  CarmenCastellani


Eu fico aqui na minha casa aprendendo com esse magnífico professor que tão bem conhece a minha querida cidade. Obrigada!! Conteúdo importantíssimo pra qualquer brasileiro!!!❤

April 28 2025

4
  simonefilhadadeusa


Maravilhosa entrevista!

April 28 2025

4
  mariana.resp23


Adoro ouvir as entrevistas do Simas ❤ aprendo bastante.

April 28 2025

3
  patriciadelucavitalli8897


Que ótima conversa! Espero ouvir ambos mais vezes!

April 28 2025

5
  JoaoGabriel-vw5oj


Como é bom ter governo. Espetacular esse conteúdo!

April 28 2025

4
  alegria2109


Que entrevista excelente!

April 28 2025

4
  rodrigoabbade1157


Muito bom! Gosto muito da ideia de se exaltar o Rio de Janeiro das pessoas comuns, e de ver que a cidade continua sendo motivo de inspiração para cronistas que conseguem exergar o extraordinário no que é considerado ordinário pelos olhares desatentos. Um autor necessário, que nos ajuda a refinar o olhar e voltar a nos encantar com vida comum!

April 28 2025

3
  patriciagr6435


Como não amar o Simas? E de quebra o Rio?

April 28 2025

4
  patriciagr6435


Simas é um patrimônio cultural. Esse cara precisa ser muito considerado pelas esferas públicas.

April 28 2025

4
  fabinhoita2023


0:15 Luiz Antônio Simas é o carioca mais carioca do planeta!

April 28 2025

5
  maxnews1


Gostei muito de conhecer a perspectiva do Simas. A história de vida dele é fantástica.

April 28 2025

4
  rogeriodepaulavoz


Sempre um prazer e um aprendizado ouvir o professor Simas

April 28 2025

3
  rafaelpazat


Professor Simas é sempre bom ouvi-lo

April 28 2025

4
  WilliamESilva


Lindo!

April 28 2025

5
  Patcarmo10


"Não há como evitar" (a frase de abertura da entrevistadora) é ótimo... Por que ainda tem gente que faz questão de se mostrar desfavorável à óbvia e natural relevância do Rio de Janeiro, né?!

April 28 2025

5
  cristinafranca3647


O som está muito baixo ❤❤

April 28 2025

3
  JB-pi3jf


Assisti essa entrevista em Duque de Caxias RJ Brasil

April 28 2025

5
  anajuliacorrea3672


Simas é demais! Sou fã!!

April 28 2025

3
  FelipePuxirum-f8j


pelo rio de janeiro nem sobrevoando quero passar, gente desonesta demais, e o que salva é a natureza, para mim, um balneário falido!

April 28 2025

5
  rogerioviana8523


Boa resposta para aqueles que querem difamar o rio de janeiro.

April 28 2025

4
  elisatozetti7190


Fui adolescente no Rio de 1980, da igreja batista, e não tínhamos preconceito com umbanda e candomblé. A coisa degringolou com a neopentecostalização das igrejas históricas, como a minha.

April 28 2025

4
  alivingsoul1925


Maravilhoso! Obrigada! ❤