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Historias Encantadas 368pg Que Tal Ter Uma História Para Cada Dia Do Ano? Este Livro Traz 365 Histórias, Lendas E Contos Para Divertir Os Pequenos Todos Os Dias. Valor Por Unidade.
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carla recebeu uma mensagem anônima no aniversário do seu pai olhe a garagem que seu marido alugou ela achou que fosse trote mas quando viu a garagem ficou paralisada carla despertou no domingo com o coração agitado mal abrira os olhos e já sentia um pressentimento desconfortável talvez fosse a responsabilidade de conduzir a festa de 70 anos de seu pai Celso na casa onde crescera em um bairro Pacato de São Paulo ou poderia ser apenas ansiedade já que assumira a missão de preparar o bolo de especiarias favorito dele entretanto no fundo algo lhe dizia que aquele dia traria mudanças irreversíveis embora sua mãe Vera fosse a grande mestra das festividades familiares desta vez Carla desejava presentear o pai com aquele bolo que ele tanto adorava a lembrança dos aromas tomou conta de sua mente: canela baunilha cravo e nós moscada celso sempre dizia que o verdadeiro sabor do bolo não estava apenas nos ingredientes mas também no amor com que era feito carla levantou-se banhada pela claridade suave que entrava pela janela de seu quarto enquanto vestia uma roupa simples e prendia os cabelos em um rabo de cavalo ela pensou em tudo que precisava organizar "não posso esquecer das travessas dos talheres extras das flores de enfeite" murmurou vera havia delegado muitas tarefas a ela mas Carla apesar do nervosismo sentia-se feliz por ajudar quando chegou a cozinha depou-se com uma cena reconfortante a bancada cheia de ingredientes já separados conforme planejara na noite anterior o cheiro de canela era inebriante carregando lembranças da infância "é agora" pensou respirando fundo para se acalmar começou a peneirar farinha misturar ovos e açúcar acrescentando manteiga e um toque de essência de baunilha remexeu a tigela devagar sentindo o calor se espalhar pela casa em meio a esse ritual percebeu uma pontada de ansiedade não sabia explicar mas aquela sensação persistia como se algo inesperado estivesse prestes a romper a aparente harmonia do dia vera entrou na cozinha braços ocupados por toalhas de mesa brancas aos 65 anos esbanjava energia seu olhar percorria cada canto atenta aos detalhes carla viu onde guardei as travessas grandes perguntou franzindo o senho a filha apontou para o armário do corredor sem desviar a atenção da massa vera agradeceu e antes de sair elogiou o cheiro delicioso que tomava conta do local seu pai vai adorar este bolo espero que fique do jeito que ele gosta bem fofinho disse sorrindo contudo ao notar a expressão de Carla sua própria testa se franziu num leve questionamento carla tentou não demonstrar qualquer preocupação devolveu o sorriso à mãe e garantiu que tudo estava sob controle ainda assim seu olhar recaiu sobre o relógio na parede 10:30 da manhã precisava correr com a receita pois o tempo passava rápido colocou a massa na forma espalhando-a uniformemente antes de levá-la ao forno salpicou um leve toque de canela sobre a superfície isso vai realçar o sabor pensou ajustou a temperatura e programou o timer de repente seu celular vibrou um número desconhecido enviara a mensagem verifique a garagem que seu marido alugou você vai querer ver isso paralisada Carla releu as palavras garagem que seu marido alugou ecoava em sua mente leandro jamais mencionara nada a respeito de uma garagem adicional ela virou-se sentindo o coração disparar tentou ignorar pensando que fosse engano entretanto a curiosidade e a preocupação falaram mais alto o que poderia haver de tão importante a ponto de alguém lhe mandar essa mensagem anônima em pleno dia de festa guardou o celular no bolso decidida a não deixar aquele assunto consumir todo o seu ânimo vera precisava de ajuda e além disso Carla tinha que garantir que o bolo saísse perfeito começou a preparar o glacê mas a lembrança da mensagem latejava "quem poderia ter me enviado isso?" perguntava-se tentando focar nos afazeres da festa enquanto mexia a panela em fogo baixo pensou em Leandro ele não era de esconder coisas ao menos era o que ela sempre acreditara estariam suas inseguranças falando mais alto ao colocar o glacê para esfriar resolveu que por hora ignoraria aquele alerta misterioso precisava cuidar do evento receber os parentes ajudar Vera a distribuir pratos e copos o relógio agora marcava quase 11 horas e ela tinha muito trabalho a fazer leandro apareceu na cozinha vestindo camisa social clara arrematada por uma calça jeans escura tinha o semblante um pouco tenso falando ao celular com um cliente aparentemente ao desligar aproximou-se de Carla e disse com olhar preocupado: "Preciso resolver um problema de trabalho coisa rápida volto antes das 4." carla ergueu a sobrancelha surpresa hoje é o aniversário do meu pai você não pode ficar longe precisamos de ajuda" comentou tentando suar compreensiva mas decepcionada leandro insistiu que era inadiável desculpou-se e saiu quase correndo deixando-a com o desconforto de quem carrega uma pulga atrás da orelha pouco depois Vera irritada comentou que Leandro deveria priorizar a família em um dia tão especial depois não diga que não avisei esse tipo de situação sempre gera comentários entre os parentes ralhou ela arrumando pratos sobre a mesa carla se limitou a concordar com um gesto de cabeça embora se sentisse ainda mais preocupada a ausência inesperada dele somada à mensagem sobre a garagem fazia seu estômago revirar precisava manter a festa funcionando mas a inquietação crescia a cada segundo "foque no bolo Carla" repetia a si mesma numa tentativa de abafar aquelas dúvidas incômodas que rondavam sua cabeça quando o relógio bateu meio-dia os primeiros parentes chegaram: tios distantes primos animados trazendo presentes embrulhados em papéis coloridos celso muito alegre recebia todos na sala vera se desdobra para oferecer salgadinhos acomodar quem chegava distribuir refrigerantes e sucos carla circulava com sorrisos educados perguntando se precisavam de algo contudo notava que por dentro tremia sua mente vagava naquela mensagem pensando se era algum trote ou se haveria mesmo algo que Leandro escondia a ansiedade se misturava a culpa por não confiar plenamente no marido ao mesmo tempo temia descobrir uma verdade dolorosa que pudesse arruinar o dia ricardo o irmão de Carla apareceu pouco depois acompanhado de Beatriz sua esposa ele com 30 anos era carismático e risonho espalhando cumprimentos e brincadeiras beatriz aos 24 mantinha elegância nos gestos exibindo uma bolsa luxuosa de grife estrangeira carla notou o brilho do acessório e sentiu um breve espanto "que bolsa cara" pensou estranhando o fato de a cunhada surgir com um item tão sofisticado não que Beatriz não tivesse bom gosto mas aquilo parecia destoar do estilo habitual ricardo percebendo o olhar da irmã brincou: "Cuidado ela é louca por bolsas quase fiquei falido." Beatriz deu um sorriso contido mas seus olhos evitaram encarar Carla em vez disso falou rapidamente sobre como era difícil escolher o presente ideal para Celso e elogiou a decoração do quintal carla porém notou certo nervosismo havia algo na postura da cunhada que a deixava desconfortável em outro momento talvez não pensasse duas vezes porém após a tal mensagem cada detalhe se tornava suspeito "talvez seja coisa da minha cabeça" murmurou tentando não alimentar teorias descabidas ainda assim sua intuição disparava alarmes precisaria tirar aquela história a limpo não conseguiria se concentrar na festa sem investigar ao Ververa correndo de um lado a outro para distribuir guardanapos Carla decidiu inventar uma desculpa disse que precisava sair brevemente para resolver um contratempo com a confeitaria de doces vera resmungou alegando que estavam no auge das preparações mas Carla insistiu volto antes do jantar prometo só preciso conferir se não houve erro de entrega com relutância Vera concordou carla pegou sua bolsa desceu as escadas em passos apressados e entrou no carro "vou até essa tal garagem seja lá onde for" pensou recordou-se vagamente de um comentário de Leandro sobre uma região na zona norte conforme dirigia o desconforto no estômago só aumentava ela não tinha certeza do endereço exato mas conseguiu lembrar de uma referência que Leandro mencionara em conversa havia umas garagens particulares próximas de um supermercado grande talvez seja lá imaginou o trânsito não estava tão pesado naquele domingo então conseguiu chegar em cerca de 20 minutos ao estacionar viu um portão cinza que guardava um pátio de garagens cada qual seu número um porteiro idoso de cabelos brancos a observou com desconfiança carla respirou fundo tentaria ser direta boa tarde meu nome é Carla acho que meu marido Leandro alugou aqui o porteiro estreitou os olhos parecendo avaliar se podia confiar nela chamava-se Hélio conforme indicado em seu crachá ele consultou uma lista e confirmou que Leandro alugara a garagem 27 no último mês carla engoliu em seco então não era trote agradeceu e pediu acesso dizendo ser esposa do locatário hélio hesitou mas destravou o portão tá bom mas qualquer problema me avise alertou carla entrou e caminhou até a porta metálica número 27 já sentindo o coração disparado tinha um molho de chaves na bolsa após algumas tentativas uma delas se encaixou a tranca cedeu revelando o interior escuro as mãos de Carla tremiam ao erguer a porta de aço o lugar estava em semiescuridão iluminado apenas por uma lâmpada fraca no teto viu caixas empilhadas algumas etiquetadas com a caligrafia de Leandro havia também velhos móveis cobertos com plástico o cheiro era de mofo e poeira ela deu alguns passos olhando tudo ao redor precisava entender porque ele alugara aquele espaço sem dizer nada sua respiração ficou mais pesada quando no canto identificou uma garrafa de vinho vazia aproximou-se pegou a garrafa e notou que o vidro estava limpo sem sinais de poeira acumulada por que ele guardaria esta garrafa aqui?" murmurou intrigada deixou-a de lado e continuou vasculhando foi então que algo sob uma caixa chamou sua atenção um plástico retorcido agachou-se para pegar e congelou ao perceber que era uma embalagem de preservativo aparentemente usada sentiu o rosto ficar pálido segurou o objeto com nojo e espanto mil pensamentos passaram por sua mente leandro a estava traindo ele usava aquela garagem para encontros secretos a garganta de Carla secou aquilo parecia uma prova irrefutável de infidelidade mas seria realmente dele precisava ter certeza antes de acusá-lo porém doía imaginar retomando a busca Carla abriu algumas caixas encontrou documentos de trabalho antigos roupas velhas que não via há anos objetos de pouco valor mas em uma das caixas havia um adesivo de uma grife de bolsas sofisticadas o mesmo logotipo brilhante que vira na bolsa de Beatriz seu coração acelerou ainda mais seria apenas coincidência tentou afastar a ideia mas aquele adesivo confirmava o pior cenário parecia que sua cunhada estava envolvida a lembrança do olhar nervoso de Beatriz naquela tarde agora fazia sentido atordoada Carla pegou a garrafa e a embalagem de preservativo guardando-os como prova ao sair trancou novamente a garagem precisava confrontar Leandro mas era o aniversário de seu pai como poderia expor tudo diante dos convidados pensou em adiar mas a dor era grande o porteiro Hélio notou seu desespero e se aproximou olhando-a com compaixão "desculpe-me dona Carla" sussurrou com a voz grave "fui eu quem mandou aquela mensagem vi seu marido entrando aqui com uma moça loura algumas vezes reconheci seu nome nos registros e achei injusto você não saber" carla engoliu em seco revesando entre raiva e gratidão agradeceu a sinceridade dele mas seu mundo parecia se partir ao meio "mas por que fazer isso?" questionou segurando o choro hélio explicou que já passara por algo parecido no passado fora traído pela esposa e sofrera muito quando descobriu tarde a mente quis evitar que Carla passasse pelo mesmo ela ficou sem palavras sentindo uma vertigem precisava digerir a informação mas não havia tempo precisava voltar para a festa ajudar Vera fingir normalidade "não conte aqui" pediu com a voz embargada hélio assentiu e disse que entendia carla entrou no carro guardou os itens incriminadores e partiu rumo à casa dos pais tentando se manter firme no caminho de volta os semáforos pareciam levar uma eternidade para abrir carla se encarava no espelho retrovisor olhos marejados tentando manter a concentração recordou cada cena de seu casamento leandro atencioso carinhoso companheiro ou seria tudo uma farsa perguntava-se como não percebera sinais antes sentia-se traída e humilhada ainda por cima cogitando que Beatriz sua própria cunhada poderia ser a amante ficou enjoada com essa possibilidade parou em um sinal vermelho respirou fundo secou as lágrimas e decidiu vou enfrentar essa situação mesmo que doa não vou fingir que nada aconteceu precisava no entanto manter-se controlada ao chegar encontrou a casa cheia gente falando alto no quintal celso sorrindo com um amigo Vera passando com bandejas de salgadinhos carla engoliu o desconforto e forçou um sorriso para quem a cumprimentava "resolvemos tudo filha?" perguntou Vera com a testa franzida carla apenas assentiu alegando que o problema na confeitaria fora sanado "precisava guardar a verdade para depois." avistou Ricardo e Beatriz próximos à mesa de bolos a bolsa cara ainda estava pendurada no braço da cunhada reluzindo sob a luz sentiu o estômago afundar onde estava Leandro precisava confrontá-lo mas ele ainda não retornara o tempo passou e cada segundo parecia se arrastar finalmente por volta das 5 da tarde Leandro surgiu vestindo a mesma camisa mas com aparência de cansaço desculpou-se à sogra dizendo que surgira um imprevisto carla aproximou-se pegando-o pelo braço e sussurrando: "Precisamos conversar agora." Ele pareceu surpreso mas concordou seguiram para o quarto de hóspedes onde Carla trancou a porta virou-se encarando-o fixamente sem rodeios mostrou a garrafa e a embalagem de preservativo que retirara da garagem "o que é isso Leandro?" indagou a voz trêmula ele empalideceu sem conseguir formular de imediato uma resposta coerente leandro hesitou negando tudo disse que não sabia de nada que talvez alguém tivesse usado sua garagem por engano carla retrucou que a porta estava trancada e apenas eles tinham a chave ele então inventou outra explicação admitiu usar a garagem para beber e relaxar quando estava estressado mas negou qualquer traição e esse adesivo de grife reconheço a marca da bolsa de Beatriz acusou Carla leandro gaguejou argumentando que seria apenas um adesivo velho possivelmente vindo de algum pacote guardado nada convencia a Carla que via seu semblante de culpa ela sentiu a fúria crescer mas teve de interromper quando bateram a porta vera avisava do outro lado que Celso estava pronto para fazer um discurso de agradecimento carla respirou fundo encarou Leandro uma última vez e disse: "Não acabamos vou ouvir o que meu pai tem a dizer mas depois teremos uma conversa definitiva ele engoliu em seco assim que se juntaram aos convidados Celso com uma taça de vinho na mão chamou a atenção de todos agradeceu por estarem ali para celebrar seus 70 anos relembrou passagens de sua juventude falou do valor da família carla ao ouvir família unida sentiu uma pontada de dor unida mas cheia de mentiras pensou ao fim do discurso Vera pediu que todos se servissem do buffet em tese seria um momento de descontração as pessoas formavam fila riam conversavam entretanto Carla sentia-se enclausurada em um sofrimento mudo mal tocou na comida sentindo náuseas ricardo aproximou-se notando o estado da irmã "tudo bem Carlinha você está pálida?" questionou preocupado ela mentiu dizendo que era apenas cansaço não queria expor aquilo naquele instante mas algo em seu peito gritava por libertação de canto de olho viu Beatriz afastada teclando no celular tensa leandro estava ao lado de um primo fazendo comentários mecânicos sem brilho nos olhos quando o garçom serviu a sobremesa Vera anunciou com entusiasmo que Carla preparara o bolo especial a família conhecia a história desse bolo de especiarias transmitido por gerações celso com os olhos marejados abraçou a filha dizendo: "Obrigado minha menina você sabe quanto significa para mim." Carla retribuiu o abraço emocionada mas uma sensação de culpa a corroía sentia-se prestes a explodir de tanta tensão pensou na mensagem de Hélio no preservativo na bolsa de Beatriz por mais que desejasse poupar o pai sua consciência lhe dizia que não dava mais para calar precisava de alguma forma contar a verdade respirou fundo levantou a voz e pediu: "Posso falar algo antes de cortarmos o bolo?" Todos se viraram para ela um silêncio tenso se formou carla olhou para Leandro depois para Beatriz sentia o coração na boca mas prosseguiu me desculpem se isso estragar a festa mas descobri algo que não posso fingir que não existe meu marido está me traindo um couro de exclamações e suspiros irrompeu celso arregalou os olhos vera ficou boca e aberta carla engoliu o choro e continuou e há indícios de que a pessoa envolvida é Beatriz ricardo se virou imediatamente para esposa incrédulo o choque tomou conta do ambiente beatriz ficou pálida sem conseguir falar ricardo exigiu uma explicação mas ela apenas abaixou a cabeça incapaz de negar leandro tentou interromper dizendo ser um mal entendido mas Carla exibiu a embalagem de preservativo a garrafa de vinho e mencionou a garagem alugada os convidados trocaram olhares constrangidos alguns coxavam outros fingiam não saber onde colocar a própria mão celso furioso esmurrou a mesa gritando que Carla não deveria trazer aquilo à tona no dia de sua festa vera continuava paralisada segurando uma travessa lágrimas descendo lentamente pelo rosto o clima de júbilo sumira carla sentiu uma dor profunda ao ver a reação do pai esperava que ele ficasse indignado com a traição mas em vez disso ele culpava a filha por expor a situação "você não podia esperar outro momento?" gritava Celso "hoje é meu aniversário de 70 anos uma data que deveria ser de alegria." Carla retrucou tentando conter as lágrimas desculpe pai mas não aguentava mais fingir leandro está me enganando e tudo aponta que Beatriz tem parte nisso ricardo ao ouvir o nome da esposa ligado à infidelidade exigiu que ela falasse mas Beatriz só chorava sem negar o salão rapidamente começou a esvaziar tias e primos saíam de fininho constrangidos alguns vieram se despedir dizendo que não se sentiam à vontade para permanecer celso praguejava em voz alta gesticulando com raiva afirmando que Carla arruinara a celebração vera pediu calma mas parecia em choque ricardo ferido encarava Beatriz que tentava pedir perdão sussurrando que fora um erro um momento de fraqueza ele contudo deu passos atrás arrancou a aliança do dedo e a colocou na mesa num gesto definitivo acabou disse a voz rouca o bolo tão cuidadosamente preparado permanecia ninguém tinha ânimo para comemorar com quase todos os parentes já indo embora restaram apenas os envolvidos diretos carla estava ali sem saber se chorava ou gritava leandro tentou se aproximar mas ela ergueu a mão interrompendo-o não quero mais ouvir mentiras vou pedir o divórcio você me enganou ele tentou se defender alegando que a relação deles vinha em crise que procurara outra pessoa por carência ricardo também comunicou a decisão de se separar de Beatriz a moça em prantos tentava tocar no braço dele mas ele a repelia celso transtornado acusava Carla de ter estragado a festa vera permanecia em silêncio dolorido carla olhou para o pai com mágoa você realmente me culpa por expor a verdade eu sou a vítima aqui fui traída por meu próprio marido e você se preocupa com sua festa desabafou celso sem saber como reagir preferiu manter a postura de que a ocasião não era apropriada para esse assunto vera apenas soluçava sem conseguir articular defesa para a filha por fim Celso se virou e saiu do salão dizendo que não aguentava mais vera o seguiu cabisbaixa restaram Carla Ricardo Leandro e Beatriz o silêncio era insuportável carregado de ressentimento então Carla já exausta decidiu ir embora ricardo a acompanhou até a porta onde ainda havia balões murchando abraçaram-se ele sussurrou não sei o que fazer com minha vida agora não acredito que Beatriz fez isso comigo carla sentia uma dor semelhante também não achei que Leandro fosse incapaz de me enganar e ainda com minha própria cunhada choraram juntos por alguns segundos decidiram que cada um procuraria um advogado para resolver o fim do casamento carla pensou em como seria difícil contar isso a todos lidar com burocracias recomeçar sozinha mas preferia enfrentar tudo do que viver na ilusão de um matrimônio repleto de mentiras poucos dias depois Carla recolhia seus pertences da casa onde morava com Leandro havia se hospedado em um hotel para não dividir o mesmo teto ele tentara conversar mas ela se mantivera firme na separação enquanto encaixotava roupas e objetos encontrou um porta-retrato do casamento lembrando-se do dia em que trocaram alianças prometeram fidelidade doía demais ver aqueles sorrisos do passado contrastando com a realidade cruel precisava ser forte também conversava com Ricardo que adotava a mesma postura de distanciamento em relação à Beatriz ambos estavam magoados sem perspectiva de reconciliação era hora de virarem a página em meio a isso o celular de Carla tocou um número desconhecido ela atendeu e reconheceu a voz grave de Hélio o porteiro da garagem ele perguntava se estava tudo bem demonstrando preocupação carla agradeceu o cuidado contando que o casamento estava acabado não sinto felicidade por ter causado seu sofrimento mas queria que você soubesse antes de ser tarde demais lamentou ele explicando mais uma vez que agira movido pela empatia de quem já fora traído carla concordou dizendo que apesar da dor preferia a verdade despediu-se dele com certa gratidão pois sem aquela mensagem talvez ainda vivesse enganada com o passar das semanas Carla procurou um advogado que a orientou sobre a partilha de bens precisaria vender alguns móveis para bancar o aluguel de outro apartamento estava decidida a mudar de bairro talvez para evitar memórias durante esse período Leandro ligou diversas vezes tentando propor acordos ela preferiu tratar tudo formalmente sem contato pessoal precisava de serenidade ainda mais com atenção familiar que se instalara ricardo também seguiu com o processo de divórcio de Beatriz ele alugou um flat próximo ao centro pois queria distância da ex-esposa cada um sofria à sua maneira mas ambos se apoiavam a relação com os pais não melhorara celso continuava atribuindo a Carla a culpa por ter destruído o clima do aniversário vera por outro lado mantinha-se calada não demonstrava abertamente apoio à filha mas também não a atacava era como se a família tivesse rachado ao meio carla sentia saudade dos almoços dominicais das conversas descontraídas mas estava decepcionada com a postura do pai "como ele pode me culpar por algo que Leandro e Beatriz fizeram?" questionava-se magoada sem espaço para diálogo preferiu manter distância focando em sua mudança e na busca de um novo emprego entretanto para sua surpresa sentiu um certo alívio por não precisar mais encenar a felicidade de um casamento fracassado a ferida da traição ainda estava aberta mas pelo menos estava livre para recomeçar algumas amigas ao saberem do escândalo comentaram que Carla deveria ter sido mais discreta esperado a festa terminar contudo ela considerava que não havia momento certo para expor uma dor tão grande sentia-se paradoxalmente mais leve pois não carregava o fardo de mentiras sabia que o processo de cura seria longo mas acreditava ter feito o certo ao confrontar a situação de forma direta após se estabelecer em um pequeno apartamento em outro bairro Carla continuou procurando trabalho inscreveu-se em vagas de recepcionista balconista auxiliar em lojas conseguiu uma oportunidade em uma livraria independente onde poderia retomar seu gosto por literatura precisava ocupar a mente reconstruir sua rotina comprou móveis simples pintou as paredes arranjou plantas para decorar o ambiente pensou em adotar um gato para ter companhia mas primeiro queria organizar melhor sua vida certo dia recebeu uma carta dos pais convidando-a para um almoço de reconciliação o tom porém soava formal quase indiferente como se fosse mera obrigação carla refletiu se deveria aceitar ou não a decepção ainda doía decidiu mandar uma resposta polida dizendo que precisava de tempo antes de um encontro em família não desejava fingir perdão ou ignorar mágoas profundas ricardo ao saber apoiou a decisão ele também não estava pronto para encarar Celso e Vera pois sentia que os pais julgavam Carla severamente e minimizavam o erro de Beatriz "talvez um dia possamos tentar um diálogo real mas por enquanto não faz sentido" concluiu Carla a ruptura familiar era um fardo pesado mas ela não via alternativa precisava cuidar da própria saúde mental nos meses seguintes Carla e Hélio passaram a trocar mensagens esporádicas ele contava histórias curiosas sobre as pessoas que alugavam garagens mencionando algumas situações engraçadas e outras tristes carla por sua vez relatava como estava se adaptando à nova rotina descobriu que Hélio tinha quase 60 anos morava sozinho depois de um divórcio traumático e encontrara naquela portaria um refúgio para levar a vida "nunca pensei que teríamos algo em comum mas percebo que a dor da traição nos aproxima" escreveu Carla em certo momento a conversa era um consolo inesperado uma amizade improvável que trazia alguma serenidade enquanto isso Leandro buscava reverter a narrativa procurando Celso dizia que Carla fora dura demais que o casamento já apresentava problemas segundo ele a traição ocorrera em um momento de carência celso ressentido com a filha por ter estragado sua festa parecia acolher os argumentos de Leandro essa aliança entre Genro e Sogro deixava Carla revoltada ele me traiu mas agora coloca a culpa em mim desabafava com Ricardo o irmão concordava também estava indignado pois Beatriz tentava culpar suas supostas ausências em casa para justificar o envolvimento com Leandro ambos percebiam o quanto a família estava destroçada certo dia Vera ligou para Carla às escondidas a mãe parecia nervosa falando baixo preciso lhe dizer algo quando Celso e eu éramos jovens passamos por algo similar ele me traiu mas nós decidimos ficar juntos talvez por isso ele seja tão duro com você não quer reviver aquela dor carla ficou pasma não sabia que o pai também traíra a mãe no passado tudo começava a fazer sentido celso projetava suas culpas antigas na filha não suportando encarar a própria história vera imprantos pediu perdão por não ter defendido Carla publicamente disse que não tinha coragem de enfrentar o marido carla sentiu um misto de compaixão e raiva como a mãe pode guardar esse segredo por décadas fingindo que o casamento era perfeito e por que agora culpavam a filha se Celso cometera o mesmo erro no passado vera insistiu que amava Carla e que se não tivesse agido para protegê-la era por medo "sei que é tarde mas queria que você entendesse que não sou contra você" disse chorosa carla agradeceu mas explicou que a mágoa era profunda "talvez um dia mamãe possamos conversar com mais calma mas preciso de tempo não quero fingir que está tudo bem" desligando o telefone Carla ficou pensativa olhando a janela de seu apartamento as luzes da cidade se acendiam dando um tom melancólico ao entardecer perguntou-se como seria sua vida dali em diante divorciada distante dos pais com o irmão igualmente ferido sentiu uma solidão aguda mas também uma firmeza interior preferia a verdade ao lado de poucas pessoas do que mentiras sob aplausos de muitos decidiu se dedicar ao trabalho na livraria onde começava a criar vínculos o dono Vicente era um senhor simpático que lhe dava espaço para organizar eventos de leitura estimulando sua criatividade e fortalecendo sua autoconfiança as semanas viraram meses carla comprou um sofá novo pintou uma das paredes com uma cor alegre pendurou quadros de paisagens queria transformar aquele lugar em um lar aconchegante à noite lia romances para acalmar a mente tomando um chá de camomila às vezes conversava com Ricardo que contava sobre sua terapia para lidar com o trauma ele ainda tinha crises de raiva quando lembrava de Beatriz mas tentava se reerguer "minha sorte é ter você como irmã" disse ele numa das ligações comovido "apesar de tudo estamos juntos nessa." Carla concordava sentindo gratidão pela solidariedade mútua quanto a Leandro ele ainda insistia em ligar esporadicamente propondo que terminassem o processo de divórcio de forma amigável e conversassem sobre o passado carla porém não queria ouvir explicações que para ela já não importavam o que importava era seguir em frente livre daquela união desfeita pela traição ao lembrar de Beatriz sentia asco e tristeza como alguém tão próxima pôde se envolver com meu marido?" questionava-se sem achar resposta "preferia não saber detalhes a fase do luto de alguma forma estava sendo superada lentamente hélio vez outra mandava mensagens de encorajamento lembrando-a de que a vida continuava foi numa noite de sábado que Carla recebeu um convite inesperado de Hélio estarei perto do seu bairro para visitar minha irmã que tal tomarmos um café ela hesitante aceitou não era exatamente uma paquera mas também não queria desprezar a gentileza de quem a ajudara a descobrir a verdade encontraram-se em uma padaria acolhedora com poucas mesas hélio era um homem simples trajava camisa e calça social modesta tinha um olhar manso que demonstrava vivência e dores superadas conversaram sobre assuntos banais inicialmente depois abordaram o passado de cada um o tempo voou e Carla se sentiu surpreendentemente confortável "não quero parecer invasivo" disse Hélio repousando a xícara de café mas fiquei preocupado com você desde aquele dia parecia tão abalada carla sorriu agradecendo contou que ainda sentia dores emocionais mas que achava preferível ter descoberto a traição "pelo menos agora posso recomeçar sem ilusões" completou ele concordou lembrando que também sofrera muito quando descobriu a infidelidade da ex-esposa "mas a verdade liberta mesmo que doa" comentou em seguida riram de pequenas histórias do cotidiano como a vez em que ele flagrou um morador tentando guardar um poney miniatura na garagem o riso trouxe leveza ao encontro ao se despedirem Carla teve a impressão de ter feito um novo amigo sentiu uma sensação agri doce estava fragilizada mas ao mesmo tempo uma pontinha de esperança surgia não em um novo relacionamento amoroso mas em crer que a vida não era só decepções despediu-se de Hélio com um aperto de mão firme prometendo manter contato quando voltou para casa olhou-se no espelho revivendo o que acontecera nos últimos meses traição brigas familiares separações no entanto ali estava ela de pé encontrando novos caminhos decidiu tomar um banho colocar uma música suave e cozinhar algo gostoso abraçando aquela sensação de renovação no dia seguinte Carla acordou cedo para arrumar a livraria haveria um evento de leitura de poesia convidaram um autor local e ela era responsável por organizar cadeiras e distribuir folhetos enquanto alinhava as cadeiras lembrou-se de quantas vezes planejara eventos familiares ao lado de Vera a saudade da mãe apertou mas ela respirou fundo não podia esquecer que o distanciamento fora necessário para preservar sua sanidade ainda assim uma parte de seu coração pedia reconciliação sonhando que tudo se resolvesse suspirou e continuou o trabalho logo os participantes chegaram e ela se empenhou em recebê-los com alegria profissional durante o evento Carla deixouse encantar pelos versos declamados era um refúgio uma forma de sentir que o mundo guardava belezas apesar de todo o sofrimento recente terminada a sessão um dos visitantes elogiou sua simpatia ela agradeceu sentindo-se valorizada vicente o dono da livraria observava satisfeito dizendo: "Você tem jeito para lidar com o público Carla poderia fazer isso mais vezes" ela concordou animada precisava de novos projetos para enxergar sentido na vida a ideia de organizar clubes de leitura noites de autógrafos ou contações de histórias para crianças lhe pareceu um caminho cheio de possibilidades à noite ao retornar ao apartamento encontrou no corredor um bilhete enfiado sob a porta reconheceu a letra de Ricardo carlinha tentei ligar mas você devia estar ocupada estou pensando em me mudar do flat para algo maior quer vir jantar aqui amanhã podemos conversar carla sorriu feliz por ver que o irmão estava se reorganizando ele também merecia retomar a vida no dia seguinte ela foi ao endereço de Ricardo levando uma garrafa de vinho ele parecia melhor mais disposto cozinhou uma massa com molho caseiro e conversaram sobre os divórcios e os rumos que pretendiam tomar "você acha que algum dia vamos perdoar de verdade Leandro e Beatriz?" perguntou Ricardo mexendo a colher na panela carla refletiu acho que é mais sobre não deixar o rancor nos consumir do que propriamente esquecer perdoar talvez seja difícil mas podemos seguir sem desejar vingança ele concordou discutiram a hipótese de alguma reconciliação familiar "eu ainda não perdoo mamãe e papai por terem me culpado" disse Carla "mas quem sabe no futuro." Ricardo abraçou a irmã vamos vencer isso juntos jantaram em clima tranquilo e Carla ao sair sentiu-se mais leve adorava ver Ricardo se reerguendo enquanto a vida se reacomodava Carla ainda lidava com alguns momentos de solidão certa noite lembrou-se dos planos que tinha com Leandro de ter filhos sentiu um aperto no peito refletindo que agora tudo mudara pegou o celular para ver mensagens e encontrou uma de Hélio compartilhando um vídeo engraçado de gatinhos riu sozinha respondendo com um agradecimento ele perguntou como fora o dia e ela comentou do evento de poesia na livraria conversaram por alguns minutos cada um contando detalhes do cotidiano engraçado eu nem o conhecia direito mas sinto que posso confiar nele pensou Carla entretanto não queria alimentar esperanças românticas ainda se sentia frágil preferia vê-lo como um amigo maduro que entendera a sua dor mesmo assim reconhecia que se sentia bem ao falar com ele ao fim da conversa Hélio desejou-lhe boa noite dizendo que ela merecia ser feliz foi um comentário simples mas que ficou ecoando em sua mente mereço sim repetiu antes de dormir permitiu-se sonhar com a possibilidade de dias melhores de sorrisos genuínos de um recomeço sem tantas cicatrizes enfim adormeceu abraçada a uma sensação morna de esperança algo que não sentia havia muito tempo certa manhã uma semana depois Carla chegou à livraria e encontrou um envelope em cima do balcão vicente explicou que alguém o deixara ali para ela mas não vira quem era curiosa abriu e deparou-se com um convite manuscrito de Vera por favor Carla me deixe explicar vamos almoçar juntas havia um endereço de restaurante e a data proposta para o dia seguinte carla fechou os olhos ponderando não sentia raiva da mãe mas lembrava-se da falta de apoio quando mais precisou ainda assim talvez fosse a hora de ouvir o que Vera tinha a dizer principalmente depois daquela ligação confessional decidiu aceitar no dia combinado foi ao restaurante um lugar discreto e encontrou Vera já sentada ansiosa a mãe levantou abraçou-a mas Carla permaneceu um pouco tensa sentaram-se pediram pratos leves então Vera começou: "Filha sei que falhei contigo deveria ter ficado ao seu lado fiquei paralisada porque lembrei de quando seu pai me traiu e tudo aquilo ressurgiu." Carla ouviu em silêncio enquanto Vera contava detalhes de como perdoar a Celso tentando manter a família unida mas eu entendo que você não queira fazer o mesmo estou orgulhosa da sua coragem queria que soubesse disso concluiu a mãe com lágrimas carla segurou a mão de Vera sentindo o aperto sincero mãe obrigado por me contar essa verdade eu precisava ouvir mas ainda me dói lembrar que o pai me culpou e você não reagiu parecia que se importava mais com a festa vera afirmou que se arrependia mas enfatizou que Celso canalizara a própria culpa no escândalo do aniversário ele viu a si mesmo no Leandro doeu lembrar que décadas atrás fez a mesma coisa comigo em seguida Vera pediu desculpas formais carla emocionada enxugou as lágrimas e disse: "Eu te perdoo mas ainda preciso de tempo vamos com calma." Após esse almoço as duas se despediram num abraço sentido carla sentiu alívio por se abrir com a mãe mas sabia que a reconciliação total dependia também de Celso reconhecer seus erros ao chegar em casa relatou tudo a Ricardo ele ficou feliz em saber que havia algum progresso e sobre o pai perguntou não sei ainda não tivemos contato direto talvez ele precise reconhecer que errou avaliou Carla o irmão concordou mas achava difícil o Celso admitir de todo modo esse pequeno passo com Vera trouxe esperança de que em algum momento a família pudesse se curar da dor carla retornou à rotina revesando-se entre as tarefas da livraria e ajustes no apartamento comprou uma mesinha de centro e uma estante para acomodar livros com isso encontrou finalmente espaço para adotar um gatinho escolheu um filhote tigrado chamando-o de Chico a chegada do novo companheiro trouxe alegria chico corria pela casa miando e pedindo carinho nos dias de solidão Carla o segurava no colo sentindo ronronar acalmá-la o gato parecia pressentir seu estado de espírito aconchegando-se em seu colo quando ela estava triste era um pequeno sopro de vida que ajudava a enxergar leveza em meio à tempestade enquanto isso Ricardo ligava periodicamente relatando seu processo de superação chegara a comentar que Beatriz tentara uma reaproximação mas ele não sentia confiança para voltar acredito em perdão mas não conseguimos restaurar algo tão quebrado concluiu Carla o apoiava assegurando que ficar sozinho por um tempo talvez fosse o melhor ambos agora eram divorciados em fase final de documentação ainda assim tinham um ao outro para suporte emocional a rede de amigos também ajudava embora muitos ainda falassem do escândalo do aniversário pois foi um assunto que correra pelos grupos de WhatsApp da família era impossível esquecer completamente certa tarde Carla recebeu uma nova mensagem de Hélio ele iria novamente ao bairro para entregar alguns documentos ao advogado que cuidava de sua pensão perguntou se ela toparia jantar carla hesitou por uns minutos pensou: "É só um jantar não há mal algum." acabou aceitando e eles marcaram em um restaurante simples mas aconchegante desta vez o clima estava mais descontraído pois não era o primeiro encontro conversaram sobre gostos pessoais filmes preferidos lugares que gostariam de visitar hélio contou que tinha vontade de conhecer Minas Gerais e Carla comentou sobre seu sonho de viajar ao exterior algum dia durante o jantar Hélio revelou ter um filho adulto fruto de seu primeiro casamento eles não se viam com frequência mas mantinham algum contato por mensagens "não sou um pai perfeito mas me esforço em manter a relação" confessou um pouco envergonhado carla o viu com interesse sentindo empatia pensou em como a vida adulta era feita de nuances desencontros arranjos possíveis relembraram o dia em que ele mandou a mensagem sobre a garagem nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer na minha vida" murmurou ela suspirando "mas agradeço por ter descoberto." Hélio apertou sua mão num gesto de compreensão mútua depois de pagarem a conta caminharam alguns quarteirões até o prédio de Carla conversando sobre o pô do sol que tinge São Paulo de alaranjado em certas épocas ao chegarem à portaria Hélio desejou uma boa noite sem tentar forçar intimidades carla por um impulso deu-lhe um abraço de gratidão "obrigada por me ouvir tantas vezes" disse ele retribuiu o abraço tocado foi um momento breve mas cheio de significado subindo pelo elevador Carla se perguntou se estaria abrindo espaço para um novo sentimento contudo preferiu não se precipitar seja como for estou aprendendo a viver sem pressa" concluiu a cada dia Carla se sentia mais estável na livraria organizou um pequeno clube de leitura para senhoras do bairro o qual se provou um sucesso mesmo Vicente um homem experiente ficou surpreso com a adesão "você é muito boa nisso" elogiou feliz com o movimento extra na loja carla se sentia realizada por ver pessoas compartilhando opiniões sobre autores clássicos e modernos aquela sensação de utilidade reacendia seu ânimo mostrando que existia uma vida além das mágoas do passado seu apartamento também ganhava cara de lar com plantinhas e fotos recentes incluindo uma de Chico seu gato serelepe numa manhã de sábado Ricardo foi visitá-la trouxe pães frescos e queijos sugerindo um café da manhã reforçado conversaram sobre os últimos acontecimentos ele revelou ter encontrado Celso na rua mas o pai fingiu não vê-lo isso o machucou ele ainda se recusa a lidar com a própria culpa comentou entristecido carla compreendia bem desde o almoço com Vera ainda não tivera contato com Celso também não forçaria uma aproximação que seja no tempo dele suspirou mudaram de assunto preferindo falar de coisas leves como viagens que sonhavam fazer ricardo brincou que gostaria de aprender a surfar arrancando risadas alguns dias depois Carla teve outra surpresa vera ligou dizendo que Celso queria falar com ela ele pediu que você apareça na nossa casa qualquer dia desses sem compromisso acho que está disposto a uma conversa carla sentiu um aperto no peito mas aceitou a sugestão combinou para o fim de semana não sabia o que esperar mas decidiu dar uma chance ao diálogo talvez o pai enfim assumisse que errou ao culpá-la no sábado chegou à casa onde crescera as lembranças vieram à tona o quintal o muro de pedras o corredor onde corria quando criança vera a recebeu com um abraço em seguida chamou Celso que estava na sala sentado em sua poltrona preferida ele se levantou tímido e a cumprimentou com certa hesitação "quer um café?" perguntou Vera tentando amenizar atenção carla aceitou sentaram-se todos à mesa onde havia pão fresco e bolo simples depois de alguns instantes de silêncio Celso pigarreou e começou: "Filha não sou bom com palavras mas sei que falhei contigo descontar minha raiva em você foi injusto você tinha motivos para expor tudo ainda que eu quisesse que fosse diferente." Carla ficou imóvel escutando atentamente ele continuou foi difícil encarar que a situação lembrava minhas antigas traições eu não queria admitir que não fui melhor do que o Leandro mas vendo seu sofrimento percebi que estava repetindo um padrão terrível te culpei por algo que não foi sua culpa espero que me perdoe carla sentiu as lágrimas rolarem fazia tempo que ansiava por um pedido de desculpas sincero pai me magoei muito mas agradeço por finalmente reconhecer entendo que sua história com a mamãe é complicada eu não queria arruinar sua festa mas a verdade me sufocava ele concordou balançando a cabeça vera em silêncio assistia às lágrimas de ambos até que se levantou e os abraçou foi um abraço coletivo sentido no qual Carla finalmente sentiu que poderia se reconectar ao pai conversaram longamente celso admitiu ainda sentir vergonha do passado mas prometeu não colocar esse peso nas costas da filha gostaria que você voltasse a frequentar nossa casa sei que não podemos apagar o que houve mas quero recomeçar disse ele olhando-a nos olhos carla emocionada assentiu vamos recomeçar sim tenho meus limites mas não quero perder vocês com isso um pouco de serenidade voltou a inundar aquele lar ao sair Carla enviou uma mensagem a Ricardo contando o ocorrido ele ficou feliz embora recioso "será que o pai também vai me chamar para conversar?" perguntou carla torcia que sim aos poucos a família dava sinais de reconstrução ainda que as feridas demorassem a cicatrizar na semana seguinte Celso procurou Ricardo convidando-o para almoçar o irmão de Carla aceitou mesmo ainda magoado depois desse encontro ele relatou que fora menos emotivo mas que pelo menos Celso pedira desculpas por tê-lo julgado deu um passo enfim resumiu Ricardo ainda cauteloso quanto ao futuro porém aquele gesto significava esperança com a família iniciando essa fase de reconciliação Carla se sentiu mais forte para seguir em frente investiu na ideia de criar um evento mensal na livraria convidando escritores locais vicente aprovou a proposta o primeiro aconteceu num sábado reunindo uma pequena plateia entusiasmada carla abriu a noite com uma fala apresentando o autor convidado e contando a história de como a leitura fora seu refúgio nos últimos meses difíceis sentiu-se orgulhosa por transformar dor em combustível para algo positivo no fim do evento recebeu elogios e abraços sentindo que finalmente sua vida encontrava um novo rumo naquela mesma noite Hélio apareceu de surpresa na livraria após encerrar seu turno "ouvi falar que haveria um encontro literário aqui posso entrar?" perguntou sorrindo timidamente carla sorriu de volta contente por vê-lo ele participou do restante da conversa ouviu atentamente o autor e no fim ajudou a recolher as cadeiras depois convidou Carla para tomar um suco na lanchonete da esquina conversaram sobre o evento sobre como pequenos negócios como a livraria sobreviviam graças à dedicação de pessoas apaixonadas hélio a elogiou por conseguir transformar sofrimento em inspiração "você é forte Carla inspira gente como" disse ela ruborizou agradecida enquanto bebiam notou que tinha vontade de compartilhar mais de sua vida com ele perguntou sobre o filho dele sobre seus hobbies hélio contou que adorava pescar nos tempos livres embora ultimamente estivesse sem muito tempo carla riu imaginando-o com vara de pesca esperando pacientemente no rio a noite fluía agradável e de repente sentiu-se confortável ao ponto de pensar que talvez não fosse apenas amizade porém reprimiu a ideia precisava ter cautela mesmo assim quando se despediram sentiram um leve toque de mãos que parecia dizer: "Estamos cada vez mais próximos" dias depois Carla resolveu passear no Parque Ibirapuera com Chico mas logo descobriu que o gato não gostava de coleira acabou apenas caminhando sozinha enquanto o gato ficava em casa contudo foi um passeio importante para clarear a mente sentada num banco observando as pessoas correndo casais de mãos dadas famílias fazendo piquenique pensou em como sua jornada mudara radicalmente de esposa traída hoje era uma mulher independente trabalhadora construindo novas pontes familiares as mágoas ainda existiam mas não a definiam mais nesse instante percebeu que sentia saudade de Hélio do jeito calmo dele sorriu ao imaginar mandar-lhe uma foto do parque quando voltou enviou uma mensagem contando do passeio e dizendo que Chico se recusara a acompanhá-la hélio o achou engraçado e sugeriu que marcassem um piquenique um dia sem gatos teimosos mas com café e bolo carla aceitou achando a ideia encantadora percebeu então que tinha borboletas no estômago uma mistura de alegria e nervoso não era apenas amizade falaram sobre possíveis datas e decidiram por um domingo de manhã livre para ambos estamos nos conhecendo sem pressa respeitando o nosso passado e as cicatrizes que temos pensou Carla sentindo que esse caminho cauteloso talvez fosse o mais seguro para o coração veio o dia do piquenique escolheram um parque mais tranquilo levaram frutas sanduíches e suco sentaram-se sob a sombra de uma grande árvore a brisa fresca tornava tudo perfeito conversaram sobre família medos e anseios carla contou como estava retomando o contato com Celso e Vera e Hélio mencionou sua vontade de conversar mais com o filho em certo momento ele segurou a mão de Carla e disse: "A vida nos apronta surpresas ruins mas também dá chance de recomeçar se você quiser podemos construir algo bonito no nosso tempo." Carla sentiu o coração vibrar e concordou emocionada assim a história de Carla que começara num domingo de festa e desilusão evoluiu para um ciclo de renovação ela enfrentou a dor da traição a injustiça da família a solidão de um recomeço mas ao optar pela verdade encontrou forças que não sabia possuir a reconciliação com os pais se desenrolou passo a passo ricardo também se refez cada qual trilhando seu caminho e ao lado de Hélio Carla redescobriu que havia ternura e afeto possíveis depois de tantas perdas erguendo a xícara de café sob a sombra da árvore ela brindou a si mesma pronta para viver de novo
Carla Recebeu Uma Mensagem Anônima No Aniversário Do Seu Pai “Olhe a Garagem Que Seu Marido Alugou”, Ela Achou Que Fosse Trote, Mas Quando Viu a Garagem Ficou Paralisada.nnVeja histórias fantásticas contadas de uma forma emocionante, histórias que mostram os diversos lados da humanidade, histórias incríveis e emocionantes que o deixará emocionados. nnFique confortável e ouças essas histórias fantásticas. Não se esqueça de se inscrever no canal para sempre ver nossos vídeos e deixe seu comentário.nn🔴 Inscreva-sen🟠 Curtan🟢 Comenten⚫️ Ative o Sininhonn#historias #historiasfantasticas #historiasincriveis #historiascomoventes #historiasreais #HistóriasInteressantes #históriasincríveis #históriascuriosasn#HistóriasSensacionais #históriasEmocionantesn#HistóriasInspiradoras
Ficha Técnica e Modo de uso:
Historias Encantadas 368pg Que Tal Ter Uma História Para Cada Dia Do Ano? Este Livro Traz 365 Histórias, Lendas E Contos Para Divertir Os Pequenos Todos Os Dias.
Valor Por Unidade.
Aviso legal• Idade mínima recomendada: 7 anos.
Capa do livro: Mole | Gênero: Infantil.
| Idade mínima recomendada: 7 anos.
| ISBN: 09788568599198.